quarta-feira, 21 de abril de 2010

A IMPORTÂNCIA DO FISIOTERAPEUTA PARA O PACIENTE OBESO COM HIPERTENSÃO ARTERIAL

A obesidade é uma doença na qual a reserva natural de gordura aumenta até o ponto em que passa a estar associada a certos problemas de saúde ou ao aumento da taxa de mortalidade. Está associado ao aumento de energia no corpo e a diminuição do gasto de energia. Dados do inquérito de orçamentos familiares, realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2003, indicam de mais de 40% dos brasileiros apresentam sobrepeso ou são obesos. Nos Estados Unidos, o número proporcional de mortes por doenças cardiovasculares vinha diminuindo gradativamente até a década de 90. Apesar de todos os avanços médicos estes índices têm se mantido estáveis nos últimos anos.
Isso também é conseqüência da “mcdonalização...onde as comidas tradicionais vem sendo atropeladas pelos fast-food.
A questão é: o que nos leva a ingerir mais calorias do que gastamos? Ralph Norgren, cientista comportamental da Universidade da Pensilvânia, tem uma resposta. “Quando as pessoas comem suas comidas preferidas, o nível de dopamina e serotonina em seus cérebros aumenta e isso lhes dá uma sensação de prazer. O consumo de drogas como cocaína e heroína causa essa mesma reação”.
Algumas doenças podem causar obesidade ou a tendência a ganhar peso. Essas incluem hipotireoidismo, síndrome de Cushing, depressão e certos problemas neurológicos que podem levar a comer demasiadamente. Ainda, medicamentos como esteróides e alguns antidepressivos podem causar ganho de peso.
Apesar de controvérsias que por muito tempo persistiram, estudos mais recentes têm demonstrado uma clara relação entre excesso de adiposidade e aumento da mortalidade. Principalmente nos países industrializados, a obesidade tem se mostrado diretamente associada a algumas das principais causas de morte, como a doença cardíaca, certos tipos de câncer, acidente vascular cerebral e aterosclerose. De acordo com varios estudos, a mortalidade associada à obesidade decorre de lesões no sistema vascular. Essas lesões, que favorecem a ocorrência de eventos cardiovasculares, se devem ao fato da obesidade estar diretamente associada a condições tais como dislipidemia, hipertensão arterial, intolerância à glicose e hipertrofia ventricular esquerda. O excesso de peso tem uma maior probabilidade de provocar um acidente vascular cerebral ou doença cardíaca, mesmo na ausência de outros fatores de risco. A obesidade exige um maior esforço do coração além de estar relacionada com doença das coronárias, pressão arterial, colesterol elevado e diabete. O coração realiza um trabalho maior, com isso vai hipertrofiando o músculo cardíaco, que se dilata e fica mais fraco com o tempo, aumentando os riscos de um ataque.
Indivíduos obesos hipertensos apresentam alterações hemodinâmicas que se caracterizam por aumento da atividade do sistema nervoso simpático, redução da atividade da renina plasmática, expansão do volume plasmático, débito cardíaco elevado e resistência vascular periférica diminuída. A presença de hipertrofia cardíaca, condição de maior morbi-mortalidade cardiovascular, diretamente relacionada à hipertensão arterial, ultimamente vem sendo associada à obesidade como um fator de risco independente.
Após este estudo considera-se que a hipertensão arterial é um elo entre a obesidade e as doenças cardiovasculares.
Um trabalho de fisioterapia bem feito, tanto no pré como no pós operatório, poderá significar a diferença entre um resultado de tratamento mal sucedido para um bem sucedido, até por que o paciente obeso tem diminuição da amplitude de movimento, problemas na coluna, nas articulações, dependendo do caso de obesidade se tiver uma imobilidade com muito tempo tem-se uma diminuição da força muscular, osteoporose, entre outras delimitações que a fisioterapia pode estar atuando seja no domicílio do paciente, no pré-operatório durante a operação coma fisioterapia respiratória e no pós-operatório também.
O paciente obeso pode ser tratado de maneira agressiva desde que não haja contra-indicações e o mesmo esteja sendo monitorado. Devem ser mobilizados de maneira agressiva, podendo ser realizados tantos exercícios globais quanto de arco de movimento. Os exercícios de arco de movimento ativo e ativo-assistido de extremidades superiores estão associados ao aumento do estresse hemodinâmico, logo o paciente deve ser bem monitorado. Exercícios para os membros inferiores como pedalar, flexão de quadril e joelho e extensão podem ajudar a posicionar e melhorar o trabalho do diafragma e vão aumentar o retorno venoso, porém na maioria das vezes é necessário realizar estes exercícios com monitoração para que o trabalho miocáridco não sofra aumentos excessivos.
A posição ereta tem muitos benefícios pulmonares, porém também é excelente para reduzir a compressão do coração e das estruturas mediastinais, além de reduzir o volume de ejeção, logo o débito cardíaco. O peso das paredes torácicas, além do peso dos depósitos internos de gordura dentro e ao redor da unidade cardiopulmonar pode comprometer o débito cardíaco e contribuir para arritmias. Vale lembrar que qualquer posição em declínio vai minimizar os benefícios da posição ereta e levar a deterioração, no entanto a posição semiprona simula a posição ereta e Tb é benéfica ao paciente obeso, a qual também simula a posição prona com abdome livre, mas temos de ficar atentos porque a posição totalmente prona com abdome restrito pode levar a uma parada cardíaca, pois compromete o diafragma e contribui para estrese ao sistema cardiopulmonar. A melhor posição para repouso é com a cabeceira do leito elevada.

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